A Grendene, gigante do setor de calçados cuja produção é feita integralmente no Ceará, está avançando com seu plano de expansão internacional, iniciado neste ano. O objetivo é abocanhar fatias dos mercados multibilionários dos Estados Unidos e da China.
Essa empreitada, caso se confirme frutífera, pode gerar novos investimentos e empregos para o Ceará, base produtiva da empresa, nos próximos anos.
Para conquistar território no exterior, a Grendene se aliou à 3G Radar — que detém expertise na área — e criou um novo negócio, a Grendene Global Brands (GGB), com investimento total de R$ 50 milhões.
"A Grendene Global Brands, inicialmente, é responsável por distribuir os produtos da Grendene nos Estados Unidos, Canadá, China e Hong Kong e, uma vez bem-sucedida, poderá assumir novos mercados. A empresa começou a operar em janeiro desse ano", informa Alceu Albuquerque, diretor de Relações com Investidores da Grendene, em entrevista a esta Coluna.
De acordo com ele, no momento, está sendo construída a infraestrutura necessária para garantir e suportar o crescimento de médio e longo prazo esperado para os próximos anos.
PREVISÃO DE EMPREGOS E INVESTIMENTOS
Albuquerque projeta que, à medida que a empresa se expandir no mercado internacional, novos empregos serão criados no Ceará "para dar conta dessa demanda incremental".
"Teremos que aumentar nossa capacidade de produção na Grendene. Hoje, a capacidade é de 250 milhões de pares por ano e, no ano passado, foram produzidos 150 milhões".ALCEU ALBUQUERQUEDiretor de Relações com Investidores da Grendene
O executivo reforça a importância do Ceará para essa estratégia expansionista: "Toda a nossa expectativa de crescimento, no mercado nacional ou internacional, depende da capacidade de produção que está 100% no Ceará. Recentemente, anunciamos investimento de R$ 30 milhões para ampliar a nossa capacidade de produção, devendo gerar até 1.000 empregos diretos".
A Grendene tem fábricas em três municípios do Ceará: Sobral, Fortaleza e Crato.
DE OLHO NO MERCADO ESTRANGEIRO
Com a incursão no exterior, a Grendene, dona de marcas como Melissa, Rider e Ipanema, almeja ampliar sua participação no poderoso setor de calçados global, que movimenta US$ 360 bilhões.
O mercado internacional, frisa o executivo, é o grande "driver" de crescimento da Grendene no médio e longo prazo. Nacionalmente, a empresa já possui um share relevante, tendo acumulado 17% do consumo aparente de calçados em 2021.
"E, como o mercado brasileiro de calçados não vai crescer a taxas significativas, a grande oportunidade está no mercado externo", projeta o diretor.
A companhia, mesmo sendo uma das maiores do Brasil no setor, representa um percentual ínfimo do comércio internacional, o que significa que a margem de crescimento é substancial, segundo Albuquerque.
Os resultados, prevê, devem começar a ser percebidos principalmente a partir de 2023, por conta do calendário comercial dos países, em especial Estados Unidos.
Mas um indicador importante já mostra o crescimento no e-commerce. No primeiro trimestre deste ano, as vendas online da Grendene nos Estados Unidos saltaram 100%.
Sobre portifólio, Albuquerque detalha que alguns produtos serão desenvolvidos para esses mercados, considerando as particularidades de cada um.
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