O órgão investigatório afirmou que as provas colhidas foram insuficientes para ofertar denúncia contra os suspeitos presos. Dentre os pedidos do Ministério, está a quebra de sigilo telefônico
A investigação referente ao triplo homicídio contra policiais militares, cometido no dia 23 de agosto de 2018, deve ter novos desdobramentos. Meses após o atentado contra servidores da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) se pronunciou afirmando que as provas colhidas não se mostraram suficientes para o oferecimento da denúncia contra os suspeitos do crime.
A promotora de Justiça Márcia Lopes Pereira explicou que “parte considerável dos elementos de prova se fundamenta em denúncias anônimas e diligências policiais que também teriam obtido informações por pessoas que não querem se identificar. Nenhum dos indiciados confessou o delito e, muito embora os mesmos se encontrem presos por outro delito, não foi realizado procedimento de reconhecimento por parte de testemunhas oculares”.
Conforme a representante do Ministério Público, é necessário que sejam realizadas mais diligências, incluindo produção de provas técnicas e perícias nos aparelhos celulares apreendidos com os suspeitos. O MPCE representou pela urgente quebra do sigilo de dados do telefone de Rafael Mendes de Almeida, no período de 27 de julho de 2018 a 24 de agosto de 2018, afirmando que no aparelho podem constar informações sobre outros possíveis autores do crime. No dia 31 de outubro, o juiz Antônio Carlos Pinheiro Klein Filho deferiu a quebra.
A conclusão das investigações ainda depende de uma série de outras diligências requeridas pelo Ministério Público. No retorno dos autos à Delegacia de origem, o órgão investigatório requereu também que fossem requisitadas à Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) todos os registros disponíveis a respeito do caso.
Verificações
Com urgência, a promotora solicitou que fosse verificado se nas proximidades do local dos assassinatos, ocorrido em um bar do bairro Vila Manoel Sátiro, havia câmeras de segurança da SSPDS, Detran, AMC ou ainda estabelecimentos privados e residências que eventualmente tenham feito gravações de imagens de interesse para a investigação.
Também foi requisitado que a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) enviasse o resultado do exame de comparação balística e policiais civis ouvissem novamente, além de Rafael Mendes de Almeida, os suspeitos Charlesson de Araújo Souza, Fabiano Cavalcante da Silva e Lucas Oliveira da Silva.
Em nota enviada ao Sistema Verdes Mares, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirmou que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio da 11ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), permanece em diligências acerca do triplo homicídio dos militares.
Além dos suspeitos presos, três armas de fogo foram apreendidas. A Secretaria da Segurança Pública não informou se já havia enviado ao Poder Judiciário o resultado do exame de balística.
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