m entrevista exclusiva ao programa ‘Mariana Godoy Entrevista’ desta sexta-feira (8) na Rede TV!, o ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, comentou sobre sua prisão decretada pela Justiça Federal de São Paulo na última semana, e fez outras revelações.
O ex-comandante da Operação Satiagraha, que em 2008 investigou crimes
financeiros que resultaram na prisão do banqueiro Daniel Dantas e do
ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, foi condenado por vazamento de
informações e violação de sigilo funcional em 2014.
A entrevista foi
gravada na Suíça, onde reside na condição de exilado político. “Não digo
onde moro por obediência à legislação de proteção aos refugiados e
exilados”, comentou Protógenes ao falar sobre sua nova condição.
“Tenho uma vida simples e normal, embora as pessoas pensem que morar
na Suíça é só luxo. (…) Vivo num prédio com outros asilados, de países
em guerra como Síria, países da África, e me sinto muito honroso com
meus vizinhos”.
A respeito do pedido de prisão, Protógenes disse ter “tomado ciência
através da imprensa” e classificou que a juíza optou por uma medida
“extrema e desproporcional”, já que, segundo ele, foi sugerido que a
audiência para a qual ele havia sido convocado no Brasil fosse realizada
via videoconferência. “Eu não posso sair [da Suíça] porque existe uma
interdição, é uma legislação internacional”.
Ao relembrar a condenação por violação do sigilo na Operação
Satiagraha, o ex-delegado foi enfático: “A Suprema Corte considerou que
houve apenas vazamento de informação para a imprensa, que não se
consubstanciou na divulgação de nenhum áudio, imagem, documento, apenas a
constatação de meios de comunicação que registraram a execução da
prisão de investigados na época. (…) Hoje condenar uma autoridade por
divulgação de imagens seria um constrangimento”.
Para ele, “a Justiça brasileira é dual”: “Fazíamos
nosso trabalho e a Justiça se comportava de maneira totalmente
diferente, a proteger criminosos com poder aquisitivo mais alto, de
poder político mais forte. A Justiça privilegia até nos dias atuais
esses tipos de criminosos”.
Questionado por Mariana Godoy a respeito da divulgação de informações
da Operação Lava Jato na imprensa e sua semelhança com a Satiagraha,
Protógenes avaliou que “a pressão sobre a Lava Jato vai aumentar”. “As
matrizes da corrupção são as mesmas de 30 anos atrás, então considero
que ela [Lava Jato] sofre o mesmo tipo de problema que a Operação
Satiagraha sofreu, com uma vantagem: a população foi para as ruas exigir
das autoridades uma conduta em prol da democracia, em prol da segurança
jurídica, em prol do respeito à própria Justiça brasileira”.
Sobre as comparações com o juiz federal Sergio Moro, responsável pela
condução das investigações da Lava Jato, Protógenes disse: “Me comparo
ao Moro no cumprimento do dever. Essa alegação de que existe uma
tendência política por trás para desqualificar o trabalho, eu sofri a
mesma coisa”. O ex-delegado ainda defendeu que o futuro da Operação Lava
Jato depende de “a lei valer para todos”.
Protógenes Queiroz também recordou o impacto que a Operação
Satiagraha trouxe para sua família. “A violência familiar é uma situação
que eu não gosto de recordar porque dói. Meu filho ficou sob a mira de
um fuzil em uma ação de banditismo de integrantes da Polícia Federal.
(…) Isso teve traumas psicológicos muito doídos, ele praticamente ficou
sem falar”, contou ele, que frisou o que espera das autoridades no
futuro. “Espero que o sistema repense o que fez comigo e com minha
família e recomponha meus direitos. (…) Se o [Luiz] Fux tiver
sensibilidade e a coragem de examinar as provas, ele recompõe essa
injustiça”.
Ao final da entrevista, ao responder uma pergunta de Mariana Godoy
sobre o motivo de não ter sido reeleito deputado federal, Protógenes
Queiroz disparou: “Nunca fui eleito por causa de fraude nas urnas
eletrônicas”. E explicou: “Eu mesmo fui investigar minha fraude e
consegui identificar um dos fraudadores. Denunciei isso, ele admitiu a
fraude, feita em ambiente da empresa que é responsável pelo software das
urnas. (…) Ele falou em detalhes como fraudou a minha e outras
eleições, como a de governadores e a própria última eleição da
presidente Dilma Rousseff”.
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Protógenes Queiroz denuncia fraude em eleições e alerta sobre pressão na Laja Jato O ex-delegado da Polícia Federal ainda defendeu que o futuro da operação depende de “a lei valer para todos”
Protógenes Queiroz denuncia fraude em eleições e alerta sobre pressão na Laja Jato O ex-delegado da Polícia Federal ainda defendeu que o futuro da operação depende de “a lei valer para todos”
By Eudes Quinto 03:12 CEARÁ , DESTAQUES , ENTRETENIMENTO , NACIONAL , POLÍCIA , POLÍTICA , REGIÃO LESTE DO MUNICÍPIO DE SOBRAL , REGIONAL
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