Corpo celeste atingiu Júpiter em outubro de 2021. — Foto: Arimatsu et al/Kyoto University/PONCOTS
Uma rocha espacial atingiu a "superfície" gasosa de Júpiter em outubro do ano passado e o impacto dessa colisão, que pode ter sido a maior em 28 anos, foi tão forte que observadores aqui da Terra conseguiram capturar o fenômeno.
De acordo com os cientistas que fizeram o registro, astrônomos e astrofísicos da Universidade de Kyoto, no Japão, essa explosão foi equivalente a 2 milhões de toneladas de TNT e provocou o maior clarão explosivo já capturado no gigante gasoso desde 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 atingiu o planeta com uma força de mais de 300 milhões de bombas atômicas, provocando segundo a Nasa "cicatrizes" escuras e aneladas que acabaram sendo apagadas pelos ventos de Júpiter.
Já esse novo flagra foi feito pela Câmera de Observação Planetária para Pesquisas de Transiente Óptico (PONCOTS), um projeto colaborativo de observação astronômica dedicado especificamente ao monitoramento desses clarões em Júpiter.
O estudo, que ainda não foi revisado por pares, também descreve que a rocha tinha uma massa de cerca de 4,1 milhões de kg e entre 15 a 30 metros de diâmetro, o suficiente para liberar uma energia de impacto equivalente ao meteorito Tunguska, que atingiu a Terra em 1908, mais especificamente na província russa da Síberia, e que é considerado "o maior impacto cósmico testemunhado" pela humanidade moderna.
"Essa detecção indica que eventos de impacto semelhantes a Tunguska em Júpiter ocorrem aproximadamente uma vez por ano, duas a três ordens de magnitude mais frequentes que os impactos terrestres", disseram os pesquisadores no artigo.
Detalhe mostra região do clarão. — Foto: Arimatsu et al/Kyoto University/PONCOTS
Ainda de acordo com os autores da publicação, estudar como esses fenômenos acontecem em Júpiter é importante porque oferece uma oportunidade para a ciência melhor compreender as consequências de possíveis impactos semelhantes aqui na superfície terrestre.
"Como esses impactos ocorrem apenas uma vez a cada 102 - 103 anos na Terra, suas características de emissão são desconhecidas", pontuaram.
Segundo a agência espacial norte-americana, o impacto do Tunguska foi tão forte que uma onda de choque sísmica chegou a ser registrada na Inglaterra.
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