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“O mundo não vai se recuperar do coronavírus e isso tem um lado bom”, diz Salim Ismail

Salim Ismail é autor do livro Organizações Exponenciais (Foto: Reprodução/YouTube)
Salim Ismail, autor do livro Organizações Exponenciais (Foto: Reprodução/YouTube)
O mundo não vai se recuperar da crise provocada pelo novo coronavírus e isso é uma boa notícia, afirma Salim Ismail. Autor do livro Organizações Exponenciais e Embaixador da Singularity University (da qual foi diretor executivo e cofundador), Salim cofundou e dirige o ExO Works, uma organização dedicada a estimular o surgimento de organizações exponenciais pelo mundo – no Brasil, já deu consultoria à tecelagem Coteminas e ao banco BTG.

Para ele, o vírus desarticulou uma ordem capitalista que já estava doente há muito tempo, evidenciou a incompetência de líderes políticos atuais e mostrou o potencial de poderosos mecanismos de colaboração global. Para discutir os desafios e possibilidades que surgiram com a pandemia, Salim vai realizar, de 14 a 16 de abril, o ExO World 2020.

O seminário online é organizado pela OpenExO em parceria com a Singularity University, XPrize, Rokk3r, Vortex, HighVibe Network, Abundance 360 e ExO Speakers. O evento conta com Época NEGÓCIOS como parceira de mídia. Os ingressos podem ser comprados pelo site. “Estamos muito empolgados com esse seminário e com a parceria global que está se formando”, afirma. “Muitos líderes mundiais estão se oferecendo para participar do evento e de seus desdobramentos”.
Qual será o impacto da pandemia do novo coronavírus nos governos e nas empresas?
Estão discutindo se a curva de atividade econômica mundial terá o aspecto de V, U ou do símbolo da Nike, com uma recuperação mais ou menos gradual. A pessoa mais inteligente que eu conheço diz que o PIB global vai cair de US$ 85 trilhões para algo em torno de US$ 20 trilhões. Então eu acho que a gente não vai se recuperar. Ponto. E isso não é necessariamente ruim. Não vamos nem devemos voltar à antiga ordem das coisas, porque ela já não funcionava. O aquecimento global e a desigualdade eram sintomas de uma ordem falida.
Quais forças e fraquezas da ordem mundial são evidenciadas pelo avanço do coronavírus?
No último século, o mundo avançou muito na interconexão econômica. A mudança do preço do petróleo no Oriente Médio afeta imediatamente a economia do Canadá, mercadorias – e vírus – cruzam o planeta em questão de horas... Mas não conseguimos conectar o mundo culturalmente, politicamente e espiritualmente. Os países estão sonegando informações, desinformando o público, brigando por carregamentos de remédios e equipamentos médicos. O coronavírus está mostrando que não existe a epidemia do país A, B ou C. A doença, como tantos males, não conhece fronteiras.
Ou a gente resolve junto ou não vai resolver. Você viu a insanidade do (primeiro-ministro do Reino Unido) Boris Johnson, distribuindo apertos de mão entre pessoas com coronavírus, até que ele finalmente pegou também. Ou Donald Trump, nos Estados Unidos, estimulando uma guerra entre os governadores, pelos mesmos suprimentos, em vez de coordenar uma ação conjunta. A crise evidencia o despreparo de certos líderes.
Um novo mundo requer um outro tipo de liderança. Quem serão os novos líderes?
Vamos precisar de conselho dos mais velhos, de gente que viveu crises profundas como a Segunda Guerra. E dos mais jovens, que vão moldar o futuro.
Como encontrar e estimular os novos líderes?
Eles estão por aí. Em palestras de TEDx, em grupos como Young Davos, Young Global Leaders, na Singularity University, no ExO. Temos de mostrar a eles o caminho e dar ferramentas para pensarem no futuro da cidades, dos países, do mundo. É isso que queremos fazer no seminário.
Como a crise do coronavírus se compara a outras crises, como os atentados de 11 de setembro ou a Segunda Guerra Mundial?
A Segunda Guerra foi brutal em vários países, mas, apesar do nome, foi localizada. Os ataques de 11 de setembro mostraram que é possível, sem um exército, atingir o coração de um império – algo que não ocorreu nem na Roma Antiga. O coronavírus é diferente. Pela primeira vez, a humanidade inteira foi atacada como espécie. Por isso, precisa reagir como espécie, também.
Que oportunidades e boas notícias surgem dessa pandemia?
A comunidade científica mundial está trabalhando junta e as iniciativas de isolamento social, no mundo inteiro, são algo inédito e poderosíssimo. Esses canais não precisam se fechar depois que vencermos o coronavírus. Podemos canalizar esse esforço para outras causas urgentes, como a miséria e o aquecimento global.



nanomag

Radialista Publicitario e Líder dos movimentos sociais.


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