O candidato derrotado à Presidência da República, Fernando Haddad (PT) discursou, na noite deste domingo (28), após a confirmação da vitória do concorrente, Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.
"Verás que um professor não foge à luta", disse o candidato derrotado em alusão ao Hino Nacional Brasileiro e à profissão que exerce, já demarcando posição de antagonismo ao novo governo que inicia em 2019.
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Aos gritos de "A luta começou", a militância petista presente no local ouviu Haddad agradecer aos mais de 47,5 milhões de votantes que optaram pela sua candidatura. "A coragem é um valor muito grande quando se vive em sociedade. Todos os demais dependem dela. Quero agradecer aos partidos e sua militância, que nos levou ao segundo turno e a ter mais de 45 milhões de votos no dia de hoje", afirmou.
Além disso, confirmando o discurso de autocrítica, que já vinha sendo defendido pelo candidato durante o segundo turno, Haddad reconheceu que o PT precisa de renovação. "Temos que fazer uma profissao de fé, nos reconectando com as bases para retecer um plano, um programa de nação que há de sensibilizar mentes e corações nesse País. Daqui a quatro anos teremos uma nova eleição. Não vamos sair das nossas profissões, vamos estar o tempo inteiro exercendo essa cidadania. Talvez nunca tenha precisado tanto", disse.
Democracia
"Coloco a minha vida à disposição desse País. Quero dizer para aqueles que eu senti uma angústia, um medo na expressão de tantas pessoas. Não tenham medo, nós estaremos aqui. Nos abraçaremos à causa de vocês, pois a vida é feita de coragem", garantiu Fernando Haddad.
De acordo com o candidato derrotado, a maior ação nos próximos quatro anos será defender o Estado democrático. "Temos a responsabilidade de fazer uma oposição colocando os interesses nacionais à frente, temos compromisso com a prosperidade, ajudamos a construir uma das melhores democracias do mundo", ressaltou.
O petista ressaltou uma série de ações que, segundo ele, teriam sido antidemocráticas nos últimos dois anos, como o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a prisão do ex-presidente Lula e a cassação da candidatura do líder do partido ao Planalto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - considerado inelegível tendo como base a Lei da Ficha Limpa.
Palanque
No palanque junto ao candidato derrotado, estavam a esposa, Ana Estela Haddad; a candidata derrotada à vice-presidente na chapa, Manuela D'Ávila (PCdoB); a ex-presidente Dilma Rousseff (PT); o candidato derrotado no primeiro turno pelo Psol, Guilherme Boulos; o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o vereador de São Paulo e ex-senador Eduardo Suplicy (PT).
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