O pai do estudante João Pedro Calembo, de 13 anos, morto a tiros dentro da escola
em Goiânia, disse que perdoa, e espera que a sociedade também perdoe o
adolescente que tirou a vida do filho dele e do colega de sala, João
Vitor Gomes, também de 13 anos. Durante o velório, o publicitário
Leonardo Marcatti Calembo pediu que todos os pais "cuidem de seus
filhos".
"Meu filho era uma criança muito doce, muito especial. Nossa família é
cristã, e ele sempre foi educado e pautado no respeito ao próximo. Os
preceitos familiares estão perdidos na nossa sociedade, a gente tem que
reforçar esses valores, e meu filho tinha tudo muito claro. Tudo isso
poderia ser evitado", desabafou.
"Falo como pai do João Pedro, de uma criança que perdeu a vida. Eu espero que toda a sociedade e os pais dele e os outros pais o perdoem. Temos que perdoá-lo", disse, emocionado.
O corpo de João Pedro foi enterrado às 10h45,
no Cemitério Parque Memorial, em Goiânia. Durante a cerimônia a família
fez orações e, por volta 9h, celebrou um culto em homenagem ao
adolescente. Centenas de parentes, amigos e conhecidos da família e de
colegas da escola participam da despedida.
O pai do menino disse ainda que as pessoas devem ter mais fé e passá-la aos seus filhos.
"A partir do momento que a gente tem esses valores fixos nas nossas
casas, muitas respostas são encontradas para nossos problemas. Os
problemas não resolvidos geram conflitos. A palavra bullying é nova, o
assédio sempre aconteceu. A partir do momento que você não resolve o
problema em casa, acontecem os conflitos", declarou.
O corpo de João Vitor também foi enterrado nesta manhã, mas no
Cemitério Jardim das Palmeiras. Segundo colegas da vítima, ele e o
atirador eram amigos e andavam juntos com frequência.
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Tiros
Conforme a Polícia Civil, o adolescente de 14 anos atirou contra os
colegas no fim da manhã de sexta-feira dentro da sala do 8º ano do
Colégio Goyases, no Conjunto Riviera. Os disparos aconteceram no
intervalo entre duas aulas.
Segundo o delegado Luiz Gonzaga Júnior, responsável pelo caso, o autor dos disparos disse que sofria bullying de um colega e, inspirado em massacres como o de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro, decidiu cometer o crime. Filho de policiais militares, ele pegou a pistola .40 da mãe e levou para a unidade educacional.
“Ele ia matar todo mundo. Levou dois carregadores para a escola.
Descarregou o primeiro, carregou o segundo, deu um tiro, mas foi
abordado pela coordenadora. Ela o convenceu a travar a arma”, disse ao G1.
Funcionários da escola levaram o autor dos disparos para a biblioteca
para aguardar a chegada dos policiais. Ele foi apreendido e levado para a
Depai, onde contou que atirou primeiro contra João Pedro porque ele
fazia bullying com o suspeito.
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Escola
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sepe) de
Goiânia junto ao Conselho Estadual informou à TV Anhanguera, por meio de
nota, na sexta-feira, que estão dando todo apoio à escola e aos
parentes dos alunos da instituição.
Ainda conforme os órgãos, representantes foram até o colégio,
conversaram com professores e direção e apuraram que o estudante autor
dos disparos não apresentava comportamento suspeito. O texto destaca que
as aulas no Colégio Goyases estão suspensas sem previsão de retorno.
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O que se sabe até agora:
Veja a sequência dos fatos:
- Colegas relatam que ouviram um barulho
- Em seguida, os alunos viram o adolescente tirando a arma da mochila e atirando
- Alunos correram para fora da sala de aula
- O aluno descarregou um cartucho, carregou o segundo e deu um tiro, mas foi convencido pela coordenadora a travar a arma
- Estudante foi levado para a biblioteca até a chegada dos policiais
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