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4 anos sem respostas: casos de violência sexual dentro de escolas em Sobral seguem impunes

Reportagem do CE TV em 2019.

Em novembro de 2019, a equipe do Programa CE TV fez uma reportagem sobre as denúncias dos casos de violência sexual dentro de escolas na cidade de Sobral. Professores e funcionários das escolas eram os suspeitos das denúncias dos crimes, que envolviam como vítimas estudantes de 3 a 15 anos da rede pública do ensino sobralense, que é referência em educação no país.

Os casos envolvem desde crimes com violência física a assédios sexuais através de mensagens, toques e tentativas de forçar contato físico. De acordo com as denúncias, os suspeitos são um zelador de uma creche, sete professores e uma professora. Na época, segundo a Secretaria da Educação de Sobral, os funcionários foram afastados. Parte das ocorrências já foi denunciada pelo Ministério Público à Justiça e as demais são investigadas pela polícia. Até agora, ninguém foi preso.

DENÚNCIAS EM 2019

Um dos últimos casos registrados é de um menino que, na época, tinha nove anos. Ele começou a apresentar, desde o final de 2018, dificuldade de controlar as necessidades fisiológicas e passou a sujar as roupas. No começo, a avó, de 63 anos, que tem a guarda da criança, não entendia. “Eu confesso que batia nele, reclamando, para ele se educar. Ele dizia pra mim que não dava tempo chegar no banheiro”. Além disso, a criança mudou de comportamento. “Ele não ‘tava’ mais querendo comer, ficava triste pelos cantos”, relata a idosa. 

Depois de insistir, em julho de 2019, a avó conseguiu que o neto denunciasse o que estava acontecendo. “Ele contou que o professor, quando terminava as aulas, dizia ‘não vai não, vou te ensinar, porque tu tá muito atrasado'”. Mas durante as supostas aulas de reforço, estuprava o menino. “Ele relatava pra mim que praticava sexo com ele”, afirma a avó. Os estupros vinham acontecendo há meses, mas a criança não tinha coragem de denunciar porque sofria ameaças do professor que usava, inclusive, arma de fogo. O homem também utilizava uma insígnia do conselho tutelar e dizia ao menino que, caso ele contasse sobre o crime, “ia tomar a guarda” da avó. A criança vive com a idosa porque a mãe está em situação de rua e é dependente química, e o pai está preso. 

Ainda na época, de acordo com Herbert Lima, secretário de Educação de Sobral, foram seguidos todos os procedimentos previstos em lei para o caso. Como o professor é funcionário efetivo do município, foi afastado durante 60 dias, período previsto no Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Passado esse prazo, ele se reapresentou à prefeitura, mas vai continuar afastado. O secretário explica que ele “apresentou laudo médico de afastamento. Segundo ele, por estar sofrendo acusações indevidas, tem sofrido também um processo de depressão e solicitou, junto ao INSS, um afastamento pra tratamento de saúde”.

ATUALMENTE

No entanto, mesmo após 4 anos, os casos seguem sem respostas pela Secretaria de Educação de Sobral. Nossa equipe se solidariza com as vítimas e clama pela evidenciação dos fatos e a punição dos culpados pela violentação de crianças dentro de escolas sobralenses. Até a finalização desta matéria, a Prefeitura de Sobral e a Secretaria de Educação não se manifestaram sobre.



nanomag

Radialista Publicitario e Líder dos movimentos sociais.


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