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Na luta para ter o que comer, mulher chora em entrevista ao vivo e leva repórter às lágrimas

Dona Janete lembra de momentos difíceis causados pela fome

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Dona Janete lembra de momentos difíceis causados pela fome

Uma moradora da Zona Norte do Rio chorou ao relatar, ao vivo no RJ1 desta terça-feira (21), a dificuldade de alimentar a família. O drama também levou às lágrimas a repórter que a entrevistava (veja acima).

Janete Evaristo, de 57 anos, era uma das muitas pessoas, nesta manhã, na fila do Prato Feito Carioca do Andaraí. O programa, da Prefeitura do Rio, distribui refeições a quem não tem o que comer — e era essa a situação na casa de Dona Janete, no vizinho Morro dos Macacos.

Ela está desempregada e tem mais netos para alimentar — uma filha morreu há dois anos, e o marido, há seis meses.

A mulher se emocionou primeiro ao lembrar dos parentes que já se foram. Nesse momento, a repórter Lívia Torres interrompeu a entrevista, mas Janete pediu a palavra novamente — agora para relatar a dificuldade de botar comida na mesa.

“Domingo a gente não tinha nada para comer. Eu estou desempregada, está muito difícil. Eu estou catando latinha, mas não dá. Eu não tenho ajuda de muita gente, então domingo a gente não tinha mesmo nada. Está muito difícil”, disse, voltando a chorar e enxugando o rosto.

A repórter também foi às lágrimas.

O Mapa da Fome aponta que, só no Estado do Rio de Janeiromais de 1,2 milhão de pessoas não conseguem colocar comida suficiente na mesa. O dado equivale a 6,8% de toda a população.

Janete Evaristo se emociona ao relatar não ter o que comer — Foto: Reprodução/TV Globo

Janete Evaristo se emociona ao relatar não ter o que comer — Foto: Reprodução/TV Globo

Quem também estava no Prato Feito Carioca do Andaraí era Priciane Alexandre, de 30 anos, moradora do Morro dos Macacos e mãe de duas meninas. Ela conta que a pandemia piorou a situação da família, ao ponto de todos chegarem a emagrecer.

“O coração cortava. Eu ficava nervosa, estressada por saber que estava chegando a hora de não ter comida”, contou Priciane.

Há um mês, Prisciane perdeu a avó, que cuidava do irmão, que tem necessidades especiais, e assumiu os cuidados do rapaz. Aos poucos, ela tenta dar a volta por cima com a ajuda de benefícios do poder público e com pequenos trabalhos.

O que é insegurança alimentar
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O que é insegurança alimentar

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Priciane Alexandre disse que família chegou a emagrecer por não ter o que comer — Foto: Cristina Boeckel/g1 Rio

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O projeto

A Prefeitura do Rio abriu nesta terça as duas primeiras cozinhas populares do Prato Feito Carioca, na Mangueira e no Renascença Clube. O projeto tem como objetivo reduzir a insegurança alimentar de pessoas em situação de vulnerabilidade social na capital fluminense.

“É um grande drama que Brasil parecia que tinha superado, mas estamos voltando a enfrentar. A ideia é levar a comida feita para perto das casas. Vamos garantir para as pessoas com vulnerabilidade social no Rio”, disse o prefeito Eduardo Paes (PSD) sobre o projeto.

As Cozinhas Comunitárias que fazem parte do projeto serão distribuídas por vários pontos da cidade, em que os indivíduos e famílias previamente cadastrados terão acesso a uma refeição diária gratuitamente.

A previsão da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) é que, entre a próxima quinta (23) e o dia 2 de julho, mais 13 cozinhas comunitárias abram as portas. A ideia é que, em um ano, 55 cozinhas sejam implementadas.

O público que terá direito a receber as refeições preparadas pelas cozinhas foi selecionado entre as famílias em situação de vulnerabilidade atendidas pelos 47 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) do Rio. Quem for selecionado poderá pegar as refeições nas cozinhas mais próximas ao local onde vivem.

Além das cozinhas, o projeto prevê a distribuição de cartões-refeição recarregados mensalmente para famílias em dificuldades.

O programa tem investimento de R$ 68 milhões e previsão total de que 6 milhões de refeições sejam servidas em um ano.




nanomag

Radialista Publicitario e Líder dos movimentos sociais.


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