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Governo cogita criar 4º ano do ensino médio devido à pandemia

 

Uma situação inédita e de caráter excepcional é cogitada pelo Governo do Estado no Ceará para a educação em 2021: a criação do 4º ano do ensino médio. A implementação de um ano a mais no currículo é em decorrência dos efeitos da pandemia nos processos de aprendizagem que, no caso do 3º ano, têm sido ainda mais imediatos. Estados como Maranhão e São Paulo já anunciaram que irão adotar a medida. No Ceará, a vice-governadora, Izolda Cela, disse ao SVM que a ideia tem sido pensada. Já a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informa que a criação da série, no momento, está em estudo e, por isso, "não é possível ainda falar a respeito".

De acordo com Izolda, é um desejo do Governo "garantir para aqueles meninos que estão no terceiro ano, e se sentiram muito prejudicados com relação ao Enem, terem oportunidade de um programa de estudo. De ter uma espécie de quarto ano. Tudo isso está sendo pensado e planejado". O Estado tem hoje 98 mil alunos matriculados no 3º ano do ensino médio.

A proposta estudada no Ceará foi adotada no Maranhão, conforme anúncio feito pela Secretaria de Estado da Educação em junho e em São Paulo, de acordo com comunicado do Governo realizado em julho. Em ambas as redes estaduais, o acesso ao 4º ano letivo será opcional em 2021. A medida, afirmam as gestões, deve garantir que os estudantes tenham mais aulas e reforcem a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares.

No Ceará, 99% dos 98 mil alunos matriculados no 3º ano do ensino médio estão inscritos no Enem, segundo a Seduc. Entre os alunos, ainda há muita incerteza. Maria Vitória Pimentel, estudante do 3º ano da rede estadual, diz por ora, não saber se cursaria ou não a nova série. "Eu acho que sim. Não posso garantir, pois embora toda essa situação, a vida não parou e ela não para. As cobranças sempre permaneceram e permanecem mesmo que a gente esteja em uma realidade desfavorável. Alguns colegas que estão tendo um baixo rendimento comentam que fariam, mas já outros comentam que não, pois veem como atraso", afirma.

Cauã Lemos, também estudante do 3º da rede estadual no Ceará, conta que a experiência com as aulas remotas tem "sido boa, algumas pessoas conseguem estudar o que os professores mandam e toda semana tem aula e atividade". Em relação à criação do 4º ano, ele avalia que "sinceramente não sei, muitas pessoas não são a favor do quarto ano, principalmente os estudantes do terceiro ano, já que a maioria quer entrar em uma faculdade logo e trabalhar para ajudar a família em casa".

Resposta

Para o docente da Faculdade de Educação (Faced/UFC) e pesquisador do Laboratório de Estudos do Trabalho e Qualificação Profissional (Labor/UFC), Jackson Braga, o que deve motivar a criação de um 4º ano no ensino médio "é a necessidade de segurança e de apoio que os estudantes da rede pública precisam nesse momento. Não é uma questão de pesquisa sobre o interesse ou não dos estudantes. O Estado precisa se antecipar. Em relação à aprendizagem e também no que se refere à convivência social, às questões psicológicas, aos laços afetivos e de amizade, as perdas com o ensino remoto são incontestáveis", analisa.

O professor ressalta ainda que a centralidade da aprendizagem tem que ser "o próprio estudante e não os conteúdos curriculares". Ele destaca que o 4º ano não deve ser obrigatório, nem deve ter reprovação.

De acordo com o pesquisador, "abrem-se duas frentes de trabalho para os educadores: a primeira, possibilitar que o aluno e a aluna escolham as disciplinas que mais sentem dificuldade de aprendizagem; a segunda, consultar e descobrir o que foi perda de aprendizagem e quais são os conteúdos curriculares mais difíceis e os mais exigidos e preparar uma boa revisão direcionada".



nanomag

Radialista Publicitario e Líder dos movimentos sociais.


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