Para começar, um consenso: retire o dinheiro do FGTS. Se a quantia for deixada lá, ela vai render 6% ao ano, conforme anúncio do governo – percentual de remuneração menor que o da poupança (6% ao ano mais a taxa referencial – TR, que pode variar e já atingiu 6% em outros anos).
Mas, uma vez com o dinheiro em mãos, o que fazer? Pagar dívidas, gastar com compras ou investir a longo prazo? Confira as dicas de economistas.
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1. Pague as dívidasQuem tem pendências financeiras deve priorizá-las. Quitar o cartão de crédito e o cheque especial, cujos juros anuais já se aproximam a 500%, é a escolha mais consciente. “Não faz sentido botar dinheiro no banco para render em cima de juros se você está endividado. Não tem porque você receber juros de um lado e pagar juros do outro”, aconselha Rogério Olegário, planejador financeiro pessoal. A dica cai bem para a população endividada. No DF, oito em cada 10 estão com contas pendentes.
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2. Consumir ou poupar?
Um dos objetivos do governo com a liberação dos saques do FGTS é incentivar o consumo, mas o professor de educação financeira da Universidade de Brasília (UnB) Newton Marques alerta que, em um momento de crise, é melhor manter uma reserva. “Quem poupar hoje vai conseguir consumir mais no futuro. Se você se convencer disso, consegue guardar esse dinheiro.”
O economista sugere que se faça três perguntas para fugir do consumismo: Você tem necessidade de comprar isso? Você tem dinheiro para isso? Você tem de comprar agora?. “Se para qualquer uma delas a resposta for ‘não’, aí vamos poupar”, ensina.
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3. Invista no mercado financeiro
Para quem está com as contas em dia e quer ganhar rendimento, há diversas opções no mercado — mesmo para aqueles que vão começar com um valor mais modesto. O que mais importa é o tempo que o dinheiro fica investido. “Não adianta nada investir para ficar tirando o dinheiro”, diz Rogério Olegário.
O economista também lembra que a taxa de rendimento é negociável nos bancos e que cabe ao investidor visitar instituições bancárias concorrentes que ofereçam condições mais atraentes para ter poder de barganha com o gerente do próprio banco.
Para quem vai receber mais de R$ 30 mil, duas dicas: consulte uma assessoria financeira e diversifique as fontes de investimento. Conheça-as:
Poupança
Indicada para quem tem pouco para investir. É a modalidade mais popular de aplicação e a mais conservadora, uma vez que só rende 6% ao ano mais a TR. Não há limitações para saque e é livre da incidência de Imposto de Renda. O consultor econômico e financeiro Ronalde Silva Lins recomenda que se evite concentrar os investimentos apenas em um dia do mês. Assim, quando a pessoa for sacar o dinheiro, não perderá o período da aplicação se retirar o valor fora do “aniversário”.
Tesouro Direto
Indicado para quem tem pouco para investir (a partir de R$ 30), mas busca segurança e maior rendimento que a poupança. O título público rende, aproximadamente, 12% ao ano (sem descontar o IR). É atrelado à taxa básica de juros (Selic). A modalidade possibilita saque a cada 30 dias.
Debêntures
Investimento de risco leve devido à oscilação de taxa. É indicado para quem tem mais para investir, em geral, acima de R$ 1 mil. É considerado boa opção a longo e médio prazo, já que a taxa costuma ser maior que 10% ao ano.
Certificado de Depósito Bancário
O CDB é um título privado cuja taxa rende mais que a das debêntures – varia muito entre bancos, uma vez que as instituições oferecem uma porcentagem baseada no Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Também oferece risco pois o banco pode quebrar. Se isso acontecer, o investidor é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e recebe até R$ 250 mil de volta. Há restrição para o resgate do valor e cobrança de imposto de renda.
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4. Invista de outras formas
Há duas opções interessantes para quem não pensa em investir no mercado financeiro.
Construir uma casa para revenda
Comprar um terreno e construir uma casa de olho na revenda pode ser um forma segura, mesmo que demorada, de lucrar. Segundo Ronalde Silva Lins, é possível dobrar o capital inicial.
Montar um negócio
Investir num negócio seguro, como nas áreas de alimentação e vestuário, pode gerar renda extra. Ronalde recomenda revender produtos baratos que tenham boa circulação.
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