A assessoria do ministro informou que ele está de licença médica desde
segunda-feira (20), quando foi hospitalizado em Brasília. A licença
vence no dia 6 de março, quando ele deve retornar ao Palácio do
Planalto, segundo a assessoria.
Nesta semana, Padilha passou dois dias internado em um hospital de
Brasília por conta de uma obstrução urinária provocada por uma
hiperplasia prostática benigna, que gera aumento excessivo da próstata. Ele recebeu alta na manhã de quarta-feira (20).
Eliseu Padilha tem 71 anos e é um dos principais conselheiros do
presidente da República, Michel Temer. À frente da Casa Civil, ele
integra o chamado núcleo duro do governo e atua diretamente na
articulação política do Palácio do Planalto.
Hiperplasia prostática
Depois dos 40 anos, é comum que o homem tenha a hiperplasia benigna da
próstata, um crescimento da próstata sem implicações graves, mas que
pode comprometer a qualidade de vida.
A próstata aumentada pode estreitar a passagem da urina, o que pode dar
vontade de ir ao banheiro a todo momento e até atrapalhar o sono do
paciente.
Esse problema pode ser apenas acompanhado, tratado com medicamentos
(finasterida ou dutasterida) ou, em alguns casos, até cirurgia. Nos
casos em que a próstata cresce, mas não causa problemas, o homem deve
fazer exames de toque retal e de sangue (conhecido como PSA) anualmente.
Yunes cita Padilha
O afastamento de Padilha ocorre no momento em que o advogado José Yunes, amigo e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, disse em depoimento ao Ministério Público Federal que recebeu um envelope em 2014 a pedido do ministro.
Em entrevista ao blog da Andréia Sadi, por telefone, Yunes disse que o
"envelope" foi deixado em seu escritório por Lúcio Funaro, doleiro
ligado ao ex-deputado Eduardo Cunha e que hoje está preso pela Lava
Jato.
Em depoimento à Operação Lava Jato, o ex-diretor de Relações
Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho disse que o escritório de
Yunes foi usado para repasse de dinheiro ao PMDB via Eliseu Padilha.
Os pagamentos ao PMDB haviam sido acertados em uma reunião no Palácio
do Jaburu do qual participaram Marcelo Odebrecht, Temer e Padilha, que
ficou responsável por receber e alocar R$ 4 milhões
Na entrevista ao blog, Yunes avaliou ter servido de "mula" para
Padilha. O advogado confirmou que recebeu o envelope de Funaro em seu
escritório, mas disse não ter imaginado que houvesse dinheiro dentro
dele. "Seria uma descortesia e até falta de ética" violar a
correspondência, argumentou.
O ex-assessor de Temer disse que não conhecia Lúcio Funaro e que nunca o
havia visto no PMDB. Yunes relata, entretanto, que o doleiro comentou
que estava fazendo a campanha Cunha, do PMDB, para a presidência da
Câmara dos Deputados, e para mais de 100 parlamentares.
"Ele estava falando sobre política. Eu não o conhecia. Eu confesso a
você que depois que ele saiu eu fui no Google e fiquei estarrecido com a
figura. Eu não tinha histórico dele. Até porque ele era do mercado
financeiro e eu, do imobiliário", disse Yunes ao blog.
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