O governador do Ceará, Camilo Santana, e mais 15 governadores do País tentarão comprar vacina contra a Covid-19 diretamente com os laboratórios. Um ofício foi enviado ao Instituto Butantan para conhecer o cronograma e a capacidade de produção.
A decisão foi anunciada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
"Nossa responsabilidade é garantir mais vacinas para imunizar a população mais cedo. Nossa meta é alcançar 25% da população imunizada em abril. É isso que vai reduzir hospitalização e óbito. É isso que vai salvar vidas", disse Dias em vídeo divulgado pela sua assessoria de imprensa.
Segundo Dias, a decisão de buscar alternativas para o fornecimento de vacinas foi comunicada ao Ministério da Saúde, que teria aberto a possibilidade de reembolsar os Estados pela aquisição. Além do Ceará, aprovaram a compra direta das vacinas os Estados do Piauí, Espírito Santo, Amapá, Pará, Rio Grande do Sul, Amazonas, Paraíba, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Acre e Bahia.
Até esta sexta-feira, o Brasil havia vacinado 5,7 milhões de pessoas, o que representa 2,7% da população total. No Ceará, mais de 300 mil doses foram aplicadas, entre elas, 44 mil pessoas dos grupos prioritários que já receberam a segunda dose, segundo informou Camilo Santana nas redes sociais.
Ainda conforme o governador, "um novo lote de vacinas deverá chegar nesses próximos dias".
Necessidade de vacinas
O Governo Federal vive pressão dos estados para entrega de mais doses. Atrasos no cronograma têm feito capitais avaliarem a interrupção da aplicação da vacina. Nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse a prefeitos que não será mais preciso reter metade dos lotes disponíveis até a aplicação da segunda dose do imunizante, dando a garantia de que haverá doses no prazo para a outra injeção. A nova orientação passaria a valer a partir do dia 23 deste mês, quando o Governo Federal espera receber mais 4,7 milhões de vacinas.
Um ofício assinado por Dias em nome do Fórum Nacional de Governadores foi enviado ao diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, nesta sexta. Nele, o governador pede acesso a um cronograma detalhado de entrega de vacinas e solicita informações sobre a capacidade máxima de produção e requisitos necessários para aumentar o volume de entrega de doses.
"Pleiteio ainda que o Instituto Butantan, por intermédio de sua reconhecida capacidade, viabilize, caso seja possível, alternativas para a vacinação no País, obtendo mais doses de imunizantes além dos já contratados, com o propósito de antecipar, para data anterior a julho deste ano, a previsão de produção de IFAs no Brasil", escreve Dias no ofício.
Ele reforça que o instituto pode contar com apoio financeiro dos estados.
Além do contato com o Butantan, o grupo informou que tentará negociar com a AstraZeneca. As negociações devem seguir as regras do Plano Nacional de Imunizações.
"Infelizmente, depois da comemoração após a reunião, veio essa quebra de cronograma. Não é razoável os Estados ficarem nessa insegurança com algo tão sério, em que o coronavírus está ‘pipocando’ para todo lado. Por isso, os Estados vão comprar diretamente dos fabricantes e, assim, poderemos alcançar, até julho, a imunização de 70% da população, o suficiente para alcançar a imunidade do padrão da ciência e frear o contágio da Covid-19", afirmou Wellington, coordenador do tema vacina do Fórum dos Governadores.
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