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Enfermeira diz que imigrantes detidas nos EUA tiveram úteros retirados em cirurgias irregulares



Detentas em um centro para imigrantes clandestinos no estado americano da Geórgia tiveram os úteros removidos completamente ou parcialmente em cirurgias irregulares, denunciou na segunda-feira (14) uma enfermeira que trabalhava no local. Autoridades migratórias e parlamentares dos Estados Unidos disseram nesta terça que vão apurar o caso.

Segundo a denunciante, identificada como Dawn Wooten, um ginecologista fazia "histerectomias em massa" nas detentas. Além disso, o centro, localizado na cidade de Irwin, se recusava a aplicar testes do novo coronavírus nos imigrantes detidos no local.

Em entrevista à agência Reuters, Wooten relatou que as detentas eram encaminhadas a ginecologistas ao reclamarem de cólicas ou pedirem por métodos contraceptivos. Nem sempre as decisões médicas eram compreendidas pelas mulheres.

"Muitas delas disseram que não entendiam o que estava sendo feito com elas. Ninguém explicava", relatou a enfermeira.

Enfermeira Dawn Wooten conversa com jornalistas nesta terça-feira (15) em frente a centro de detenção de migrantes após denunciar cirurgias irregulares em detentas — Foto: Jeff Amy/AP Photo

Enfermeira Dawn Wooten conversa com jornalistas nesta terça-feira (15) em frente a centro de detenção de migrantes após denunciar cirurgias irregulares em detentas — Foto: Jeff Amy/AP Photo

O teor inteiro da denúncia não foi divulgado, mas parlamentares do Partido Democrata tiveram acesso ao documento e também anunciaram uma investigação sobre o caso. A presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, repudiou o caso.

"Se for verdade, as condições horríveis descritas na denúncia — incluindo alegações de histerectomias em massa feitas em imigrantes vulneráveis — são uma violação assustadora dos direitos humanos", disse Pelosi, em nota.

Autoridades negam acusação

Bandeiras americanas em um muro privado na fronteira entre Estados Unidos e México em Ciudad Juárez. — Foto: Jose Luis Gonzalez/Reuters

Bandeiras americanas em um muro privado na fronteira entre Estados Unidos e México em Ciudad Juárez. — Foto: Jose Luis Gonzalez/Reuters

A diretora médica do Serviço de Alfândegas e Imigração (ICE) dos EUA, Ada Rivera, negou irregularidade e disse que o centro na Geórgia só fez dois procedimentos do tipo desde 2018, sempre com aprovação após exames.

Além disso, o ICE disse em nota que um procedimento como histerectomia — a retirada do útero por intervenção cirúrgica — "jamais seria feita sem a vontade da paciente" sob custódia das autoridades americanas.

A empresa privada responsável pelo centro de detenção, LaSalle Corrections, disse em nota que "repudia fortemente as denúncias e qualquer suspeita de má conduta" no centro.



nanomag

Radialista Publicitario e Líder dos movimentos sociais.


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