As quatro principais forças do Estado de São Paulo se uniram durante a
terça-feira para tentar dar algum respaldo à Chapecoense diante do
trágico acidente que chocou o mundo com a queda do avião que levava a
delegação à Medellín, na Colômbia. Além de Corinthians, Palmeiras, São
Paulo e Santos, outros presidentes de clubes brasileiros também já
sinalizaram com apoio a causa, que
tem como uma de sua intenções ‘segurar’ a equipe de Santa Catarina na
Série A do Campeonato Brasileiro pelos próximos três anos.
Mas, analisando o plano dos clubes com a visão jurídica, não deve ser
simples colocar a ideia em prática. Isso porque o Estatuto do Torcedor,
teoricamente, não permitiria uma interferência nesse sentido, segundo
explicou o advogado Jean Nicolau, especialista em Direito Desportivo e blogueiro do site da Gazeta Esportiva.
“O Estatuto do torcedor prevê meritocracia para acesso e descenso.
Nesse caso, seria ilegal. Está no Artigo 10. ‘Fica vedada a adoção de
qualquer outro critério, especialmente convite, observando o princípio
do acesso e do descenso’. Seria ilegal. Fica muito claro que a CBF não
poderia apenas por meio de uma ‘canetada’, um ato administrativo, ou
algo do tipo, fazer essa alteração. A única saída seria uma modificação
da Lei”, explicou o Nicolau.
Apesar do que está escrito, vale lembrar que no início desse mês a CBF alterou
o dia e o horário da partida entre Ponte Preta e Santos, pela 34ª
rodada do Campeonato Brasileiro, com menos de 24 horas de antecedência.
O ato ignorou o mesmo Estatuto do Torcedor, que prevê o aviso-prévio
nesse caso por no mínimo 48 horas de antecedência. Apesar das fortes
reclamações à época, a alteração foi confirmada sem qualquer transtorno a
entidade que gere o futebol brasileiro.
Já a questão que envolve a intenção dos clubes em emprestar jogadores
gratuitamente para que o time de Chapecó possa se reconstruir é bem
mais simples. Pedro Fida, também especialista em Direito Desportivo,
confirmou que esses contratos poderiam ser firmados até mesmo sem a
necessidade de envolvimento ou até mesmo uma autorização da CBF.
“Em princípio é um movimento dos quatro principais clubes de São
Paulo, mas outros devem aderir ao movimento. Se for provocada
formalmente, a CBF deve emitir uma autorização formal para esse tipo de
situação. Eu acredito que seja favorável. Considerando que os
empréstimos são situações entre clubes, se é oneroso ou gratuito, é uma
relação privada. Se os clubes quiserem emprestar jogadores de graça, não
há problema algum”, disse Pedro Fida.
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Apesar de tragédia, segurar a Chape na Série A é ilegal, diz especialista
Apesar de tragédia, segurar a Chape na Série A é ilegal, diz especialista
By Eudes Quinto 05:28 CEARÁ , DESTAQUES , ESPORTE , NACIONAL , POLÍCIA , REGIÃO LESTE DO MUNICÍPIO DE SOBRAL , REGIONAL
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